Gilmar Mendes declara que julgamento sobre Marco Civil pode significar um esboço de regulação das redes sociais 254j6l
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Às vésperas da retomada da pauta na Suprema Corte, ministro rebateu críticas de que a definição de regras para poderia violar a liberdade de expressão e enfatizou a necessidade de diálogo sobre o tema

Durante um evento em Paris, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, destacou na última segunda-feira (02) a importância do julgamento sobre a responsabilização das plataformas digitais, sugerindo que ele pode servir como um modelo para a regulamentação das redes sociais em nível global. A declaração de Mendes ocorre em um momento crucial, às vésperas da retomada do julgamento no STF sobre a regulamentação das redes sociais. Ele rebateu críticas de que a definição de regras para as redes sociais poderia violar a liberdade de expressão, enfatizando a necessidade de diálogo e avanços no tema.
O julgamento, que será retomado nesta quarta-feira, tem como foco a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet, uma lei de 2014. Este artigo estabelece que as plataformas só são obrigadas a remover conteúdo mediante decisão judicial, responsabilizando-as por publicações de usuários apenas se descumprirem uma ordem da justiça. O julgamento foi interrompido no ano ado a pedido do ministro André Mendonça e será retomado com o voto dele. Até o momento, os ministros Edson Fachin e Luiz Fux votaram pela inconstitucionalidade do artigo, defendendo que a notificação de um usuário ofendido já seria suficiente para obrigar a remoção de publicações.
O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, também se manifestou sobre o tema, acompanhando os colegas, mas com ressalvas. Ele considera que, em casos de crimes contra a honra, as plataformas só devem ser responsabilizadas se desrespeitarem uma ordem judicial, e não apenas um pedido de usuário. Barroso destacou que, mesmo em casos de injúria, difamação ou calúnia, a postagem deve permanecer para não violar a liberdade de expressão. Essa posição ressalta a complexidade do equilíbrio entre a proteção dos direitos individuais e a manutenção da liberdade de expressão.
O julgamento no STF será provisório até que o Congresso Nacional defina novas diretrizes para o funcionamento das redes sociais no Brasil. A decisão final poderá ter implicações significativas não apenas para o Brasil, mas também para outros países que buscam regulamentar o uso das redes sociais de maneira que respeite tanto a liberdade de expressão quanto a proteção dos direitos individuais. A expectativa é que o Brasil possa liderar um movimento global em direção a uma regulamentação mais equilibrada e eficaz das plataformas digitais.
*Com informações de Janaína Camela
*Reportagem produzida com auxílio de IA
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